História de Castro Marim
Já durante a época romana, a vila de Castro Marim, uma das mais antigas do Algarve, era apreciada pela posição estratégica que ocupava, com os seus bons acessos marítimo e terrestre. Foi conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia, em 1242. Durante as lutas da reconquista, a população sofreu um decréscimo acentuado, chegando quase a desaparecer. Por isso, com vista ao repovoamento, os primeiros monarcas concederam-lhe foros, privilégios, concessões e doações, iniciados por D. Afonso III, em 1277, e ampliados, em 1282, por D. Dinis, seu filho.
Durante o reinado de D. Afonso III, a maior parte da população vivia do cultivo da terra, mas do mar e do rio, através da pesca, retirava outros produtos importantes para a economia local. Desde os fins da Idade Média até aos séculos XVI e XVII, esta vila foi um importante porto piscatório e comercial.
Pela sua posição geográfica, defensiva e comercial privilegiada, voltou a ter foral, em 1504, concedido por D. Manuel I. Castro Marim passou a ter um papel fundamental na luta contra a pirataria muçulmana, dada a sua proximidade com Marrocos, tornando-se a principal praça de guerra do Algarve após as obras de restauro que D. Manuel I mandou fazer, em 1509, ao castelo. Durante o século XVII, com as Guerras da Restauração, o castelo foi de novo restaurado por ordem de D. João IV e acrescido de novas fortificações, como o Forte de São Sebastião.
Com o terramoto de 1755, toda a vila ficou bastante danificada. A partir daí, deixaram de ser utilizadas as habitações no interior da muralha medieval. A vila cresceu fora de muros sem no entanto conseguir recuperar a importância de séculos passados.
No século XIX, o concelho foi por várias vezes suprimido e restaurado. Em todas as supressões ficou totalmente anexado ao município de Vila Real de Santo António, à exceção da freguesia de Odeleite que, na supressão de 1836-1837, foi anexada ao concelho de Alcoutim.
Todos os anos, em setembro, um evento atrai ao município milhares de visitantes: os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim. O passado medieval da vila é recriado e ganha vida dentro das paredes ancestrais do castelo.