História do Cartaxo
O Cartaxo foi uma das muitas povoações vítimas das lutas entre muçulmanos e os cristãos hispano-godos. Quando, em 1093, Afonso VI, rei de Leão e Castela, atacou e tomou Santarém, não só arruinou as muralhas desta antiga cidade, como arrasou um grande número de povoações vizinhas.
No tempo de D. Sancho II, o Cartaxo, que dos mouros aprendeu a melhor cultivar as videiras e as oliveiras, estava praticamente em ruínas. Foi o próprio D. Sancho II quem tomou a iniciativa de repovoar o lugar. Para isso, concedeu as terras do "Reguengo do Cartaxo" ao chanceler Pedro Pacheco, com a condição, entre outras, de este ali construir uma albergaria para acolher os pobres.
Quando se dirigia ao mosteiro de Almoster em peregrinação, a rainha Santa Isabel passava sempre por aqui. Segundo reza a tradição, foi a rainha que começou a chamar Cartaxo ao sítio onde se formou este lugar, por ali existir um grande número de aves com o mesmo nome.
Ao longo dos tempos, o desenvolvimento desta vila deveu-se sobretudo à vitivinicultura e à fama dos seus vinhos. Pelo foral concedido, em 1312, por D. Dinis, já se perdoavam determinadas contribuições a todos aqueles que plantassem vinhas. O foral viria a ser confirmado mais tarde por D. João II e por D. Manuel I, respetivamente, em 1487 e 1496.
Das sete freguesias que compõem o município, Lapa e Vila Chã de Ourique são as de criação mais recente, a primeira por desanexação da Ereira, em 1921, e a segunda por desanexação do Cartaxo, em 1927. Pontével, freguesia de origem muito antiga, remontando ao reinado de D. Afonso Henriques, chegou em tempos a ser a mais importante da região, em termos económicos. Porém, devido à situação geográfica, o Cartaxo superou-a. De Valada, povoação ribeirinha, afirma-se ser de origem romana. O concelho do Cartaxo viria a ser criado a 10 de dezembro de 1815, por D. João VI.
Os monumentos existentes no município não são numerosos. O mais antigo é o pelourinho do Senhor dos Aflitos, datado do século XVI, em estilo manuelino.
Apesar de ser uma povoação antiga, a malha urbana do Cartaxo é recente, mas conserva, apesar dos atentados urbanísticos dos últimos anos, belas residências de estilo revivalista e de arte nova.